O vaqueiro que não sabia mentir- Grupo Quissamã -foto Wagner Gusmão. fonte: Google |
Texto Adaptado para nossa dramatização:
E.E.
ALBERTO SANTOS DUMONT
Professora:
Rosimeire C. Cabrera de Sá
Proposta de
Atividade: Dramatização
Turma:6 Ano A e B
Elenco:
Narrador: Lilian Medeiros Seleri- 6º Ano A
Vaqueiro: Wesley Inácio Martins– 6º Ano B
Fazendeiro 1- Leonardo Martinho S. de Freitas- 6º Ano A
Fazendeiro -2: Eduardo dos Santos Bonfim -6º Ano B
Moça: Maria Eduarda Santos Pinheiro- 6ºAno A
O VAQUEIRO QUE NÃO
SABIA MENTIR de Ricardo Azevedo- com livre adaptação para nossa peça teatral
Narrador -Era uma
vez um fazendeiro muito rico. O fazendeiro tinha dois orgulhos. Primeiro, seu
boi Barroso, o maior, o mais forte, o mais bonito, o animal mais valioso de
toda a região. Segundo, um vaqueiro que trabalhava na fazenda. O moço era de
confiança. O moço não sabia mentir. O fazendeiro costumava dizer:
Fazendeiro 1- Por
esse eu ponho a mão no fogo! Esse só mente pra mim no dia de São Nunca!
Narrador - O povo caçoava:
- Todo mundo mente! Vai esperando. Um dia esse vaqueiro ainda lhe passa a perna!
Mas o fazendeiro discordava:
Fazendeiro 1 -
Não tem como! Confio nele demais. Tanto é verdade que deixo meu boi de
estimação na mão dele. Só aquele moço pra cuidar do boi Barroso, o meu bichinho
adorado, aquela joia cheia de carne, que muge, tem dois chifres e quatro patas.
Narrador- Um dia, o fazendeiro vizinho, um sujeito malvado e invejoso, resolveu acabar com aquela história. Foi visitar o outro e veio com essa:
Fazendeiro 2 - Quer valer quanto? Aposto um saco cheio de dinheiro como faço aquele moço safado contar uma mentira da grossa.
Narrador- O fazendeiro não pensou duas vezes:
Fazendeiro 1 - Tá apostado! – disse, estendendo a mão para selar o compromisso.
Narrador- Mas o tal vizinho tinha uma ideia na cabeça. Voltou para sua fazenda e já foi chamando a filha. A moça era uma flor de tão linda.
Fazendeiro 2- - Você vai me ajudar a fazer aquele danado mentir.
Narrador- E
contou qual era o plano. A moça ficou assustada:
Moça: - Pai!
Isso eu não faço não!
Moça: -
Não vou!
Narrador: O fazendeiro insistiu. E a moça:
Moça: - Não quero!
Narrador: Mas aquele fazendeiro era mau. Tanto falou, tanto fez, tanto bateu, tanto maltratou que a filha, no fim, não teve jeito.
E assim foi.
Um dia, o vaqueiro que não sabia mentir estava longe, no pasto, tomando conta do boi Barroso, quando a moça apareceu.
Veio toda cheirosa, usando um vestido de flores do campo.
O vaqueiro achou a moça muito bonita.
Moça: -
Vaqueiro, preciso falar com você!
Narrador: E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que gostava do moço.
O vaqueiro estranhou.
Vaqueiro: - A gente nem se conhece!
Narrador: A
moça chegou perto. Naquele dia, os dois só conversaram.
Passou o tempo.
Passou o tempo.
A moça apareceu de novo. Veio
toda cheirosa, usando um vestido de conchas do mar.
O vaqueiro achou a moça muito linda.
O vaqueiro achou a moça muito linda.
Moça: - Vaqueiro, preciso falar com você!
Narrador: E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que não conseguia tirar o moço da cabeça.
O vaqueiro ficou sem jeito, mas gostou.
A moça chegou mais perto. Naquele dia, os dois se abraçaram.
Passou o tempo.
A moça apareceu de novo. Veio toda cheirosa, usando um vestido de estrelas do céu.
O vaqueiro achou a moça mais linha do que tudo.
Moça: -
Vaqueiro, preciso falar com você!
Narrador: E
a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que queria namorar o moço.
O vaqueiro já estava apaixonado pela moça.
Naquele dia, os dois namoraram o dia inteiro.
Na despedida, fazendo o que o pai tinha mandado, a moça pediu:
O vaqueiro já estava apaixonado pela moça.
Naquele dia, os dois namoraram o dia inteiro.
Na despedida, fazendo o que o pai tinha mandado, a moça pediu:
Moça: -
Agora quero uma prova de amor!
Narrador: Os olhos do vaqueiro brilharam.
Vaqueiro: - Por você moça, eu faço tudo!
Narrador: A filha do fazendeiro segurou o moço pelos ombros:
Moça: - Então mate o boi Barroso!
Narrador: O rapaz estremeceu.
Vaqueiro: - Mas o Barroso vale ouro! – disse ele. – É o maior, o mais forte, o mais bonito, o mais valioso animal de toda a região. Peça outra coisa, moça bonita! Peça tudo, menos isso!
Narrador: Mas
a moça só queria saber do boi.
Vaqueiro: - O boi Barroso é o xodó do meu patrão!
Vaqueiro: - O boi Barroso é o xodó do meu patrão!
Narrador: A moça por dentro chorava. Mas por fora ficou firme:
Moça: - É por isso mesmo! Essa vai ser a prova de seu amor!
Narrador: O
moço examinou a moça e balançou a cabeça. Depois, puxou a peixeira da cinta e
matou o boi Barroso ali mesmo.
A moça foi embora. Chegou em casa chorando. Contou tudo para o pai.
O malvado caiu na gargalhada. No outro dia, foi visitar a fazenda do vizinho, já chegou caçoando:
A moça foi embora. Chegou em casa chorando. Contou tudo para o pai.
O malvado caiu na gargalhada. No outro dia, foi visitar a fazenda do vizinho, já chegou caçoando:
Fazendeiro 2 - Cadê meu saco de dinheiro?
Narrador: O outro não entendeu:
Fazendeiro 1 - Como é que é isso?
Fazendeiro 2: - Vim cobrar minha aposta, ué!
Fazendeiro 1: -
Cobrar a troco de quê?
Fazendeiro 2 - Pois chame o tal vaqueiro de sua confiança.
Narrador: O fazendeiro mandou chamar. O moço veio de cabeça baixa e chapéu na mão.
O fazendeiro malvado só ria:
Fazendeiro 2: -
Diga a ele, vaqueiro. Conte que fim levou o famoso boi Barroso.
Narrador: O fazendeiro malvado achava que o vaqueiro que não sabia mentir dessa vez ia mentir, mas o vaqueiro, puxando uma viola, cantou:
Vaqueiro:
EU ESTAVA NO MEU CANTO
UMA FLOR SAIU NO CHÃO
CRESCEU E FEZ UM PEDIDO
QUE RASGOU MEU CORAÇÃO
EU ESTAVA NO MEU CANTO
UMA FLOR SAIU NO CHÃO
CRESCEU E FEZ UM PEDIDO
QUE RASGOU MEU CORAÇÃO
PEDIU QUE EU MATASSE O BOI
AQUELE BOI FABULOSO
AQUELE BICHO JEITOSO
O FAMOSO BOI BARROSO
AQUELE BOI FABULOSO
AQUELE BICHO JEITOSO
O FAMOSO BOI BARROSO
EU DISSE QUE NÃO PODIA
ELA DISSE QUE QUERIA
EU DISSE EU NÃO DEVIA
ELA FEZ QUE NÃO ME OUVIA
E DISSE MAIS, MEU SENHOR.
VEIO PRA PERTO E FALOU
QUERIA SENTIR FIRMEZA
CERTEZA DO MEU AMOR
EU AMAVA DE VERDADE,
SENTIA AMOR PRA VALER
MAS SE O AMOR É INVISÍVEL
O QUE É QUE EU POSSO FAZER?
PRA PROVAR QUE ELE EXISTIA
MOSTRAR QUE TAMANHO TINHA
COMETI UMA MALDADE
FOI CRIME, FOI CULPA MINHA
EU MATEI O BOI BARROSO
AQUELE BOI AMOROSO
AQUELE BICHO MANHOSO
AQUELE BOI PRECIOSO
FIZ LOUCURA AQUELA HORA
POR ESTAR APAIXONADO
SE ERREI, EU PAGO AGORA
MEREÇO SER CASTIGADO!
Narrador: O dono do boi ficou louco da vida:
Fazendeiro 1 -
Mataram meu boi Barroso!
Narrador: O
vizinho ficou de queixo caído:
Fazendeiro 2 - O danado não mentiu!
Narrador: Foi quando surgiu a moça. Veio toda cheirosa, usando um vestido branco. Pediu a palavra. Disse que estava arrependida, Chorou. Contou a verdade. Gritou. Disse que tinha feito tudo obrigada pelo pai.
Ao ouvir isso, o vaqueiro que não sabia mentir ficou tristonho.
Mas a moça continuou.
Confessou que tanto veio, tanto foi, que acabou gostando do vaqueiro. Disse que agora estava apaixonada e queria casar com ele.
E assim acabou essa história.
O fazendeiro malvado pagou a aposta e foi expulso da fazenda, prometendo deixar sua filha casar com o vaqueiro.
O dono do boi Barroso acabou perdoando o rapaz, reconheceu seu valou e ainda deu a ele, de presente de casamento, o saco de dinheiro ganho na aposta.
O vaqueiro que não sabia mentir e a moça bonita se casaram logo depois numa festança que durou muitos dias e muitas noites.
AZEVEDO, Ricardo. Bazar do Folclore. São Paulo: Editora
Ática, 2001.
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