sábado, 15 de junho de 2013

O Vaqueiro que não sabia mentir

O vaqueiro que não sabia mentir- Grupo Quissamã -foto Wagner Gusmão. fonte: Google

Texto Adaptado para nossa dramatização:


E.E. ALBERTO SANTOS DUMONT

Professora: Rosimeire C. Cabrera de Sá
Proposta de Atividade: Dramatização
Turma:6 Ano A  e B

Elenco:
Narrador: Lilian Medeiros Seleri- 6º Ano A
Vaqueiro: Wesley Inácio Martins– 6º Ano B
Fazendeiro 1- Leonardo Martinho S. de Freitas- 6º Ano A
Fazendeiro -2: Eduardo dos Santos Bonfim -6º Ano B
Moça: Maria Eduarda Santos Pinheiro- 6ºAno A

O VAQUEIRO QUE NÃO SABIA MENTIR de Ricardo Azevedo- com livre adaptação para nossa peça teatral


Narrador -Era uma vez um fazendeiro muito rico. O fazendeiro tinha dois orgulhos. Primeiro, seu boi Barroso, o maior, o mais forte, o mais bonito, o animal mais valioso de toda a região. Segundo, um vaqueiro que trabalhava na fazenda. O moço era de confiança. O moço não sabia mentir. O fazendeiro costumava dizer:

Fazendeiro 1- Por esse eu ponho a mão no fogo! Esse só mente pra mim no dia de São Nunca!

Narrador -  O povo caçoava:
       - Todo mundo mente! Vai esperando. Um dia esse vaqueiro ainda lhe passa a perna!
       Mas o fazendeiro discordava:
    
Fazendeiro 1  - Não tem como! Confio nele demais. Tanto é verdade que deixo meu boi de estimação na mão dele. Só aquele moço pra cuidar do boi Barroso, o meu bichinho adorado, aquela joia cheia de carne, que muge, tem dois chifres e quatro patas.

    Narrador-  Um dia, o fazendeiro vizinho, um sujeito malvado e invejoso, resolveu acabar com aquela história. Foi visitar o outro e veio com essa:

    Fazendeiro 2 - Quer valer quanto? Aposto um saco cheio de dinheiro como faço aquele moço safado contar uma mentira da grossa.

Narrador-  O fazendeiro não pensou duas vezes:

Fazendeiro 1 - Tá apostado! – disse, estendendo a mão para selar o compromisso.

Narrador-  Mas o tal vizinho tinha uma ideia na cabeça. Voltou para sua fazenda e já foi chamando a filha. A moça era uma flor de tão linda.

Fazendeiro 2-       - Você vai me ajudar a fazer aquele danado mentir.
Narrador-  E contou qual era o plano. A moça ficou assustada:

Moça: - Pai! Isso eu não faço não!
Narrador: O fazendeiro não era de brincadeiras. Mandou a filha fazer e pronto. A moça gritou:
Moça:   - Não vou!

Narrador:  O fazendeiro insistiu. E a moça:

Moça:  - Não quero!

Narrador:   Mas aquele fazendeiro era mau. Tanto falou, tanto fez, tanto bateu, tanto maltratou que a filha, no fim, não teve jeito.
     E assim foi.

     Um dia, o vaqueiro que não sabia mentir estava longe, no pasto, tomando conta do boi Barroso, quando a moça apareceu.
     Veio toda cheirosa, usando um vestido de flores do campo.
     O vaqueiro achou a moça muito bonita.
  

Moça:   - Vaqueiro, preciso falar com você!


Narrador:   E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que gostava do moço.
     O vaqueiro estranhou.


Vaqueiro:   - A gente nem se conhece!

Narrador: A moça chegou perto. Naquele dia, os dois só conversaram.
     Passou o tempo.
     A moça apareceu de novo. Veio toda cheirosa, usando um vestido de conchas do mar.
     O vaqueiro achou a moça muito linda.

Moça:  - Vaqueiro, preciso falar com você!

Narrador:    E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que não conseguia tirar o moço da cabeça.
     O vaqueiro ficou sem jeito, mas gostou.
     A moça chegou mais perto. Naquele dia, os dois se abraçaram.
     Passou o tempo.
     A moça apareceu de novo. Veio toda cheirosa, usando um vestido de estrelas do céu.
     O vaqueiro achou a moça mais linha do que tudo.
Moça:   - Vaqueiro, preciso falar com você!

Narrador:   E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que queria namorar o moço.
     O vaqueiro já estava apaixonado pela moça.
     Naquele dia, os dois namoraram o dia inteiro.
     Na despedida, fazendo o que o pai tinha mandado, a moça pediu:

Moça:  - Agora quero uma prova de amor!

Narrador:  Os olhos do vaqueiro brilharam.

Vaqueiro:  - Por você moça, eu faço tudo!

Narrador:  A filha do fazendeiro segurou o moço pelos ombros:

Moça: - Então mate o boi Barroso!

Narrador:  O rapaz estremeceu.

Vaqueiro: - Mas o Barroso vale ouro! – disse ele. – É o maior, o mais forte, o mais bonito, o mais valioso animal de toda a região. Peça outra coisa, moça bonita! Peça tudo, menos isso!

Narrador: Mas a moça só queria saber do boi.
Vaqueiro:  - O boi Barroso é o xodó do meu patrão!

Narrador: A moça por dentro chorava. Mas por fora ficou firme:

Moça: - É por isso mesmo! Essa vai ser a prova de seu amor!
Narrador: O moço examinou a moça e balançou a cabeça. Depois, puxou a peixeira da cinta e matou o boi Barroso ali mesmo.
     A moça foi embora. Chegou em casa chorando. Contou tudo para o pai.
     O malvado caiu na gargalhada. No outro dia, foi visitar a fazenda do vizinho, já chegou caçoando:

Fazendeiro 2 - Cadê meu saco de dinheiro?

Narrador: O outro não entendeu:

Fazendeiro 1  - Como é que é isso?

Fazendeiro 2: - Vim cobrar minha aposta, ué!

Fazendeiro 1:  - Cobrar a troco de quê?

Fazendeiro 2 - Pois chame o tal vaqueiro de sua confiança.

Narrador: O fazendeiro mandou chamar. O moço veio de cabeça baixa e chapéu na mão.
     O fazendeiro malvado só ria:
Fazendeiro 2: - Diga a ele, vaqueiro. Conte que fim levou o famoso boi Barroso.

Narrador:  O fazendeiro malvado achava que o vaqueiro que não sabia mentir dessa vez ia mentir, mas o vaqueiro, puxando uma viola, cantou:
Vaqueiro:
EU ESTAVA NO MEU CANTO
UMA FLOR SAIU NO CHÃO
CRESCEU E FEZ UM PEDIDO
QUE RASGOU MEU CORAÇÃO
PEDIU QUE EU MATASSE O BOI
AQUELE BOI FABULOSO
AQUELE BICHO JEITOSO
O FAMOSO BOI BARROSO

EU DISSE QUE NÃO PODIA
ELA DISSE QUE QUERIA
EU DISSE EU NÃO DEVIA
ELA FEZ QUE NÃO ME OUVIA

E DISSE MAIS, MEU SENHOR.
VEIO PRA PERTO E FALOU
QUERIA SENTIR FIRMEZA
CERTEZA DO MEU AMOR

EU AMAVA DE VERDADE,
SENTIA AMOR PRA VALER
MAS SE O AMOR É INVISÍVEL
O QUE É QUE EU POSSO FAZER?

PRA PROVAR QUE ELE EXISTIA
MOSTRAR QUE TAMANHO TINHA
COMETI UMA MALDADE
FOI CRIME, FOI CULPA MINHA

EU MATEI O BOI BARROSO
AQUELE BOI AMOROSO
AQUELE BICHO MANHOSO
AQUELE BOI PRECIOSO
FIZ LOUCURA AQUELA HORA
POR ESTAR APAIXONADO
SE ERREI, EU PAGO AGORA
MEREÇO SER CASTIGADO!

      Narrador: O dono do boi ficou louco da vida:
   
Fazendeiro 1 - Mataram meu boi Barroso!

Narrador:  O vizinho ficou de queixo caído:

Fazendeiro 2  - O danado não mentiu!

Narrador: Foi quando surgiu a moça. Veio toda cheirosa, usando um vestido branco. Pediu a palavra. Disse que estava arrependida, Chorou. Contou a verdade. Gritou. Disse que tinha feito tudo obrigada pelo pai.
     Ao ouvir isso, o vaqueiro que não sabia mentir ficou tristonho.
     Mas a moça continuou.
     Confessou que tanto veio, tanto foi, que acabou gostando do vaqueiro. Disse que agora estava apaixonada e queria casar com ele.
E assim acabou essa história.
     O fazendeiro malvado pagou a aposta e foi expulso da fazenda, prometendo deixar sua filha casar com o vaqueiro.
     O dono do boi Barroso acabou perdoando o rapaz, reconheceu seu valou e ainda deu a ele, de presente de casamento, o saco de dinheiro ganho na aposta.
      O vaqueiro que não sabia mentir e a moça bonita se casaram logo depois numa festança que durou muitos dias e muitas noites.

AZEVEDO, Ricardo. Bazar do Folclore. São Paulo: Editora Ática, 2001.

Em breve publicarei as fotos...














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